Olá você,
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estou escrevendo essas esquetes - quase mini roteiros - e posso te dizer que tem sido uma experiência divertida.
geralmente, escrever está muito associado à ideia de liberdade.
“tô livre escrevendo o que quero.” isso é o que as pessoas acabam vendendo quando o assunto é escrita.
o que não dizem é que escrever é sobre se prender. muitas vezes, nos apegamos a uma ideia, a algo que queremos ser ou contar.
às vezes, nos prendemos a uma imagem que queremos transmitir, e tem o lance do público e um monte de outras coisas que, no fim, acredite em mim, você que está lendo, não existe tanta liberdade assim.
escrever essas esquetes - quase mini roteiros - me ajudou a refletir sobre essa tal de liberdade na escrita. escrever coisas que ninguém espera, e que talvez nem precisem ser escritas, pode ser a minha forma favorita de contar uma boa história.
faz tempo que não escrevo um conto longo, com um universo completo e tudo mais. desde que lancei meu último livro, uma coletânea de dez contos fantásticos/mágicos, não tenho dado tanta atenção a essa escrita mais profunda.
de alguma forma, esse período me deixou mais à vontade para explorar essas micro-narrativas que não se encaixam tão rigidamente em uma estrutura - claro que a estrutura ainda existe, e talvez seja uma forma de escapar das prisões impostas pela escrita.
mas claro, isso não muda muito o que será feito e como será o resultado. no fim, ainda terei inseguranças, pensarei se alguém quer ler aquilo e acabarei achando tudo uma merda.
é basicamente sair de uma tela para ir para outra tela. passo o tempo no celular e, para ficar longe dele, vou ler no kindle.
escrever não tem nada a ver com se sentir livre, mas para mim, de alguma forma, escrever é me prender a situações e momentos que me fazem querer contar uma história.
escrever é me agarrar tão firmemente a uma ideia que ela vira um conto ou um romance completo. não vejo essa tal de liberdade.
estou escrevendo o que quero ou apenas o que a história precisa?
notas do editor:
1. estarei na bienal dia 7 de setembro, e minha coletânea *som do fim do mundo* estará no estande da uiclap.
2. fiz uma impressão do meu livreto de crônicas, só para ter ele físico e gostosinho. imprimi apenas 50 edições, estarei com algumas na bienal, e você pode adquirir uma no link a seguir.
3. eram só duas notas.
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momento financeiro que só tem o valor do dólar
— R$5,65.
moura nius?
não quero me estender muito. por fim é isso aqui mesmo. em letras minusculas apenas para irritar seu toc. em textos rápidos para você não enrolar no trabalho e as quintas, para ver se o crepúsculo faz sentido mesmo.
— Tá aqui ainda? A nius já acabou, vai trabalhar, vai!